- Douto, ta chegando a paciente e o paramédico!
- Encontrada desacordada na encruzilhada da rua Amor com avenida Ilusão. Sinais vitais normais, apresenta arritmia cardíaca, pressão alta, estresse físico e aparentemente mental. Esses são os pertences encontrados junto a ela: garrafa de Fanta Uva sem gás e quente, mochilinha dos Ursinhos Gummi e uma folha repleta de escritos "eu te odeio". Certo, agora é com vocês. Que hoje o dia está repleto de atendimento!
- Doutor, olha o estado da moça que chegou. Um olha pra cima outro entre aberto. Babando.
- Por que os pés estão para fora da maca?
- Doutor, essa é uma maca infantil, conforme o prontuário, é uma guria meio mulher e essa maca é para tal.
- Mas que... preciso de injeções de humor e ânimo!
- Douto, tamo em falta. Temo de adrenalina, morbidez, amor psicótico, neurose...
- Mas que porra de hospital é esse?
- Pergunte para ele ali.
- Ele quem?
- Ele ali no canto doutor, só observando.
- Quem és tu?
- Prazer doutor, sou gerente do hospital. Mas para ti, pode chamar-me de o Escrevinhador.
- Oh opa!, como vai Sr. Escrevinhador? Como estás? A família estás bem? Estás bem apresentável nesse terno.
- Sabes, “Business”, hum.
- “Business Emotion” dizem... hahahaha!
- Ahahahah! Muito bem, doutor não se preocupe, tua função está garantida.
- Ah, muito obrigado. Está difícil para todos e sem função pra mim, minha família...
- Certo doutor, certo, sem mais, prossiga o roteiro.
- ...Achem algo enfermeiras. Logo!
- Tipo o que douto?
- Algo eu disse!
- Tem esse aqui. Um Fraseado.
- Ok, ok, apliquem!
- "Ela basta esticar os braços para das nuvens colher algodão doce".
- ...
- Não está funcionando. Mas que!
- Oh douto, ela vai melhora. Vai vê.
- Doutor, ela está esboçando reação. Acho que vai dizer algo!
- Torrada gostosa!
- Ah amor, voltasse! Linda não faça isso comigo!
- Douto, tu e moça se conhece?
- Bom, deixe-nos às sós que agora é nossa hora. Escrevinhador, favor faça as honras!
- Fim!
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